JARDIM FLORIDO
As rosas não falam.
As rosas exalam o aroma primaveril,
Pois o jardim florido enobrece
A alma inquieta.
E o poema chora.
São lembranças lúdicas do amor no cio,
Pois a musa dos meus versos
Sempre viverá...
Os meus versos
É a falsidade da eternidade única,
Pois o dilema desconcertante
Do teu dilúvio...
Quem grita de noite?
São os gemidos dos poemas invernados,
Pois é exaustivo fazer poesia
Pra si mesmo...
A ilusão de um poema
Nasce das cascatas e das ribanceiras,
Onde o meu abismo me aguarda
Literalmente.
Como eu posso iludir
Se eu mesmo me iludo de mim mesmo,
Pois a fantasia alérgica fornece
O ópio das horas.
II
As rosas vermelhas
É o meu coração estraçalhado nos trilhos,
Mas sobrevivo arrastando as asas
Já repartidas...
Onde ficou minha alegria?
Configuro o parlamento da tristeza,
Pois sofro de dores infindas
Na labuta coercitiva.
Os pampas são verdes.
Mas a minha esperança já amarelou,
Pois destruí a vontade de viver
Na destilação da cloaca.
Os meus poemas são tristes.
Inviabilizo a necessidade de questionar
O inquestionável? Navego no Mar...
Vermelho...
(por Fabiano Montouro)
FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 24/09/2010